quarta-feira, 19 de novembro de 2008

sentimento desconhecido

Às vezes me pergunto por que o amor, que dizem ser a coisa mais forte e importante que há, faz tanta gente sofrer. Entendo que algumas pessoas amam com impaciência, amam com possessão, amam com insegurança, amam com violência, amam com preguiça, amam das formas mais desajeitadas, e nada disso é coisa fácil de lidar. Mas o amor é assim mesmo, vem acompanhado de várias outras sensações, todas elas fora do nosso controle. O amor é lindo, mas também pode ser tenso, fóbico, difícil. Billie Holliday cantava: "Não me ameace com amor, baby/vamos só caminhando na chuva".
Chego à conclusão, então, de que se o amor é nobre e, ao mesmo tempo, ameaçador, deve existir algo muito melhor que amor. Muito maior que ele. Um sentimento que vários de nós talvez já tenhamos experimentado, só que, como esse sentimento nunca foi batizado, não o reconhecemos com facilidade. É difícil classificar as coisas sem nome.
Maior que o amor, melhor que o amor: um sentimento que ultrapasse todos os padrões convencionais de relacionamento. Que prescinda de fogos de artifício por ter chegado e também dispense velório por ter partido, que se instale sem radares em volta, que não nos deixe apreensivos para entendê-lo e nem para traduzir os seus sinais. Um sentimento que não se atenha à longevidade nem a uma intensidade medida pelo número de declarações verbais. Que seja algo que supere conceitos como matrimônio, família, adequação social. Que seja individualizado, amplo e sem contra-indicações.
O amor, como o conhecemos, é apenas um aprendizado, um estágio antes de a gente alcançar isso que é maior e melhor: um sentimento que independe da presença constante do outro, que confere leveza à vida, que nos deixa absolutamente plenos e livres. Plenos o amor nos torna; mas livres? Não. O amor termina e isso nos atormenta. Quando é maior e melhor que amor, não termina, mesmo quando a relação se desfaz. É um sentimento que, quanto mais forte, mais calmo. Quanto maior, mais discreto. A gente não o pensa, não o discute, não o compara, não o idealiza. Ele simplesmente encontra asilo dentro de nós e cresce sem a
aflição daquelas regrinhas impostas ao amor: "tem que cultivar, tem que reinventar, tem que...". Tem que nada. Tem que apenas curtir. É até bom que ele não tenha nome, símbolo, cor e teorias. Melhor assim, sem estampar capas de revista, sem que ninguém o use como argumento para cometer insanidades, sem virar mote para propaganda, sem fazer sofrer nas novelas e nem na vida.
Simplesmente enorme assim, sem ameaçar. Transcendente como um convite para caminhar na chuva.

trânsito da vida..



Muitas vezes eu gostaria que na vida existissem placas, assim como na estrada que passamos. Seria tão bom se houvessem sinalizações indicando aonde devemos parar, aonde devemos seguir... placas com aviso de curvas fechadas, de retorno...
Às vezes a gente recebe um aviso de "PARE" em nosso caminho. Mesmo que esse aviso não esteja explícito, ele fica em algum lugar dentro de nós, piscando. E somos tão teimosos, que quando reparamos, já passamos direto do aviso sem sequer dar uma freiadinha, e aí a oportunidade já se foi. A ansiedade não nos deixa respirar, pausar. Tudo é vivido tão rapidamente que não há espaço para isso.
Mas por que não parar quando é preciso? Que velocidade é essa a qual vivemos que não nos permite sequer enxergar as 'sinalizações da vida'?
É tão estranho que a vida passa a ser apenas passada em velocidades, e não vivenciada em observações sutis.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

taantas coisas..

A verdade é que não sei bem o que acontece. Não consigo desligar o silêncio de dentro de mim. Tenho um e-mail para responder, e as palavras não saem. As pessoas perguntam de mim, tenho tanto a dizer de mim, e mais uma vez as palavras não saem.
Esse silêncio não seria incorreto se não fosse tão barulhento. A verdade, é que não consigo mais achar correto me expor. Sinto uma dificuldade enorme em fazer aquilo que sempre foi quase que como um vício pra mim: falar de mim mesma.
Tantas palavras rodeiam a garganta querendo sair, quase que como uma ânsia de vomito. E não passa disso. E não passa de uma ameaça.
E eu que odeio ameaças, odeio promessas, odeio a sensação de “vai e não vai”. Pra mim é ou não é, se vai que vá logo e saia de uma vez. Estou acostumada a arrancar esparadrapos da pele, e prefiro quando sai de uma vez só. Gosto de tudo que é direto e reto.
Mas não adianta, não sai nada. Nem pra mim, nem pra expor. Nem pra guardar. Elas ficam na cabeça, na garganta. E eu sigo em frente meus dias, engolindo constantemente até que um dia tudo isso volte de uma vez só.
Meus pensamentos não param. Nada me desliga. Se durmo, sonho. Posso estar rodeada de gente mas a cabeça nunca pára. São pensamentos inquietos, teimosos, complexos, involuntarios.
Já não sei mais decifrar se estou feliz ou chateada. Já não sei mais se sou uma pessoa triste tentando ser feliz ou alguém imensamente feliz procurando alguma desculpa pra parecer triste.
Sinto a sensação de estar vivendo uma vida que não é minha. Estou sendo um personagem obediente vivendo tudo aquilo que é capaz de agradar algumas ou todas as pessoas. O problema é que já não sei a quem esse personagem agrada, se quer agradar, e se realmente agrada mesmo. Eu já não consigo entender se esse personagem sou eu mesma.
São tantas coisas…
Acho que dia desses dou curto circuito e tudo voa pelos ares!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

tiempo, time, tempo..



Vamos falar de nós, dos pecados cometidos em nossa mente, infelizmente, na tua, tens razão. Porque a minha, por algum momento ficou vazia de ti, e nela quis construir uma nova vida, uma nova essência de um beijo tão maravilhoso quanto o seu, repetir capítulos ultrapassados e tentei histórias contadas, mas não com outra pessoa, desta vez, sozinha.
Demorei a chegar a esta conclusão, demorei a arrumar os pensamentos nos devidos lugares, a alterar as mobílias dentro de mim, a pintar as paredes das minhas emoções com outras cores e a destruir a fotografia do teus labios a me beeijar e sorrir, sorrir apenas pra mim, no meu coração coberto de angústia.
Gritei comigo mesma, esbofeteei a verdade e escondi o teu rosto com um manto negro, tudo isso, por erros, meros erros, que são capazes de destruir-me, erros capazes de me fazer chorar, mas não destruir o meu amor. Por que ? por que é tão difícil esquecer quando as nossas decisões são tomadas, quando as nossas verdades são ditas e os nossos olhos postos a chorar ?
Tentei evitar, tentei não pensar, mas nada suficiente para acertar, para fazer passar.
Estou cansada de saber que o tempo é o senhor da razão, mas eu estou cansada desse tempo que não passa, dessa dor que não se fecha, dessa ferida que não cicatriza.
Tenho outra pessoa, uma pessoa que nunca me abandonou, uma pessoa que me fez esquecer de ti, uma pessoa que me aceitou longe de si por algum tempo: EU.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

um jogo de palavras.

" ..Promessas de fidelidade eterna, enganam, não assine atestados de insanidade, garantias não existem de baixo dos panos, nossos planos não garantem durabilidade."
Thimy.

Erros, palavras, promessas, fidelidade, aliás, esqueça a fidelidade, lágrimas e mais palavras e a pior de todas: DOR.
Mas seria melhor se ESQUECIMENTO fizesse parte desse jogo de palavras medíucres, palavras sensatas que resolveram tomar conta de mim, resolveram se apegar à mim, sem ao menos me mostrar uma solução, sem ao menos me contar como: esquecer.
O tempo passa, claro que passa, mas por que quando a gente quer que passe, ele não passa, e quando a gente quer que demore, ele passa ? Ele passa ?
Não sei, quero acreditar que sim, e quero acreditar na velocidade tambem, que venha junto com o vento do tempo o esquecimento, e que o vento leve consigo todas essas palavras ditas, todos esses atos realizados que possam ferir alguém.
Que o vento do tempo traga amor, muito amor, mas que ele venha recheado de atos, e palavras, mas dessa vez palavras que possam estampar sorrisos do meu rosto, palavras que irão me fazer acreditar que posso novamente, acreditar.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

sem mais..

Não quero mais essa coisa sem nome
Quente e fria por um triz
Um tiro certo no erro
Uma árvore sem raiz
Não quero mais essa coisa sem dono
Boa e má, quase adeus
Um beijo no desespero.
Meio homem, meio Deus
Não quero mais teus afagos e "ais"
Não quero mais
Peço que o tempo te esqueça
E que o vento desfaça enfim teus sinais.