domingo, 14 de julho de 2013

Partiu!

Eu me lembro quando me enchi de você. Eu me lembro que acordei e quis te escorraçar de mim. Eu me lembro que a sua doçura sempre foi nuvem carregada, quando chegava a minha vez. Sempre foi vento desencanado.
A dieta do amor-próprio: evitar expectativas açucaradas sobre alguém. Obesei de amor.
Sobrou em mim um quebra-cabeça desmontado de um coração com eco. E vontade também. Abstinência de nós dois. Ou insistência em nós dois. Ficou estômago despetalando os dias com você, meu livro inacabado.
Varri palágrimas tatuadas em meu diário. Me despi de todas as tentativas de ocupar o teu abraço. Tentativas-solo. Frustrantentativas.
Recolhi a autoestima. Dei pra ela o aconchego de um sorriso e um pouco de música que faz a gente flutuar de vez em quando. Flores na ponta do nariz. Céu pelado, temperatura de sorvete. Dei sapatilhas com sol. Pássaros conversando quando o dia vem pra visitar. Dei chocolate e cobertor. Um livro cheio de gravuras. Ternura e algodão-doce, se é que essas duas coisas já não se fundiram. Dei pra ela um olhar que admira a redondeza. Dei alegria e motivo.

Partiu novo amor.

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